Oração Inicial
Deus Pai, Filho e Espírito Santo,
comunhão de amor, compaixão e missão.
Nós te suplicamos:
Derrama a luz da tua esperança
sobre a humanidade que padece a solidão,
a pobreza, a injustiça, agravadas pela pandemia.
Concede-nos a coragem para testemunhar,
com ousadia profética e crendo que
ninguém se salva sozinho,
tudo o que vimos e ouvimos de Jesus Cristo,
missionário do Pai.
Maria, mãe missionária,
e São José, protetor da família,
inspirem-nos a sermos missionários
da compaixão e da esperança.
Amém
1.Olhar para a vida
A: Irmãos e irmãs. Escutemos o relato de pessoas que vivem na rua, e os desafios que enfrentam.
L1: Rosineide é mãe. Tem um filho adolescente e uma menina de quatro anos. Viciou-se em
crack. Seu casamento acabou quando vendeu tudo o que tinha em casa. Seus filhos precisaram ficar com
a avó paterna. Rose, como gosta de ser chamada, está na rua há três anos e hoje está com um grande
medo: a pandemia. Diz que não quer morrer, mas sim, deixar as drogas e poder viver ao lado dos filhos.
L2: “Os albergues estão cheios. É muita gente tossindo, sem máscara. Tenho medo da Covid.
Perdi meu cobertor em um temporal e estou passando frio. Com o comércio fechado, nossa situação fica
pior, a fome aumentou. Nossa sorte são as sopa que a igreja dá.”
L3: Antônio Carlos há três anos vive na rua. Conta que, após perder a esposa e o emprego, entrou
em depressão. Sem querer incomodar seu único irmão, a única saída foi ir para a rua.
A: Joel é ajudante de pedreiro e Márcia diarista. Há um ano estão sem emprego. A rua foi a única
saída, após perambularem pela casa de parentes. A filha tem dois anos. Buscaram receber o auxílio
emergencial, mas foi em vão. A saída foi montar barraca debaixo de um viaduto com poucos moradores.
Os dois recolhem material reciclado para fazer “algum dinheirinho”.
L1: Tanto nos grandes centros urbanos quanto nos pequenos, cresce o número de pessoas em
situação de rua pela Angola o crescimento é alto entre os anos de 2014 e 2020.
L2: Entre outros fatores, o que leva a essa situação é o uso de álcool, drogas, perda de emprego
e conflitos familiares, como ouvimos nos depoimentos. Quem escolhe viver assim é um grupo menor,
provavelmente pela noção de liberdade que a rua proporciona.
L3: Marginalizados pela sociedade e esquecidos pelo poder público, moradores em situação de
rua são taxados de “lixo humano”, como avaliou o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, uma vez que são
considerados inúteis e, por isso, descartáveis.
L1: Fala-se muito pouco sobre os riscos a que são expostos, como a fome, o frio, o desprezo, o
abandono e a violência. Tudo isso agravados ainda mais por força da pandemia, intensificados pela
dificuldade de higienizar as mãos, manter o distanciamento, ter boa alimentação e um abrigo digno e seguro.
L2: O desafio é implementar políticas públicas emergenciais para atender dignamente a essas
pessoas. Como bem nos falou o Papa Francisco: “A rua não é lugar para morar, muito menos para morrer”.
2.A Palavra de Deus ilumina nossa vida
Canto: Eu vim para escutar / Tua palavra, Tua palavra / Tua palavra de amor.
Leitura do texto Bíblico
At 11,27-30 (ler duas vezes)
L1: “Naqueles dias, desceram alguns profetas de Jerusalém para Antioquia. Um deles, chamado
Ágabo, levantou-se e, movido pelo Espírito, anunciou que estava por vir uma grande fome por toda a terra
– como de fato aconteceu no tempo do imperador Cláudio. Os discípulos, então, cada um segundo suas
possibilidades, decidiram mandar uma ajuda para os irmãos, que viviam na Judeia. Assim foi feito. E
enviaram a ajuda aos anciãos, por meio de Barnabé e Saulo”. O que diz o texto?
L2: O texto tem como pano de fundo um acontecimento histórico. Aquele fato tornou-se uma
ocasião para que as comunidades cristãs dessem prova da sinceridade do seu amor fraterno. A partilha é
apresentada como um dever. Sabendo que os cristãos da Judeia passavam por grandes necessidades, os cristãos de outras regiões do Império enviam donativos para socorrê-los.
L3: Eles sabiam que os problemas materiais não se resolviam com boas intenções, mas com ajuda
concreta, com dinheiro. Esses donativos não eram esmolas, mas sinal de solidariedade, unidade e
comunhão, de perceção das exigências da fraternidade cristã.
L1: O texto mostra como os primeiros cristãos exerciam a caridade entre eles. Embora distantes
uns dos outros, eram solidários, praticavam os ensinamentos dos apóstolos. Assim formou-se a Igreja da
partilha das necessidades materiais e espirituais.
L2: A comunidade cristã não pode limitar-se a viver bem internamente, entre os de dentro, mas
precisa expandir esse viver bem, entender que o amor não tem fronteiras e só ele constrói laços universais
de fraternidade. Por isso, a coleta, descrita no texto, aponta para uma comunhão além-fronteiras.
L3: Embora no mundo político, social e econômico exista todo tipo de preconceitos, o Evangelho
exige que todas as barreiras segregadoras sejam superadas. O amor é gratuito e generoso, portanto, cada
qual deve verificar o que pode oferecer e partilhar, sempre pensando nos irmãos que estão em situação
de miséria e sofrimento. O critério não é pensar em si, mas nos outros.
Leitura do texto Bíblico
At 11,27-30 (ler duas vezes)
Para conversar em grupo
• O que Deus quer dizer para nós?
• O que o texto nos faz dizer a Deus?
Preces
A: Irmãos. O que vimos e ouvimos das populações em situação de rua e abandono. “Os pobres
não só sofrem a injustiça, mas também lutam contra ela”. Ao nosso bom Deus, dirigimos nossa súplica:
Todos: “Espera no Senhor e sê corajoso!” (Sl 26,14)
1.Despertai, Senhor, na consciência dos governantes, a sensibilidade de trabalharem para que
todas as famílias tenham moradia, terra e trabalho, rezemos.
2.Jesus veio ao mundo e assumiu sobre si nossas dores. Dai-nos força, Senhor, para
trabalharmos para que todos tenham vida e vida em abundância, rezemos.
3.Fortalecei, Senhor, em nós cristãos e na Igreja, a coragem profética para combater o império
da ganância que exclui, do convívio social, uma multidão de irmãos e irmãs nossas, rezemos.
3.Compromisso com a vida
A: Conversar com os participantes do grupo: Que compromisso somos chamados a assumir com
as populações em situação de rua? Quem sabe, ao longo deste mês de outubro, procuremos dar tempo
para escutar histórias de vida de pessoas em situação de rua e abandono? Fica o desafio: perceber as
necessidades, ouvir, estar disponível.
4.Celebrar a vida Todos:
Senhor Jesus, vós que tivestes um olhar de compaixão para as multidões que eram como ovelhas
sem pastor, dá-nos a coragem profética de ir ao encontrodas autoridades constituídas para defender o
direito dos sem-teto, de terem um local digno para viver. Ajuda-nos Jesus, a trabalhar para que “todos
tenham vida e vida em abundância”.
A: Unidos, rezemos um Pai Nosso, uma Ave Maria e um Glória ao Pai.
A: Que nosso Deus Trindade, fonte transbordante de amor, console as populações em situação
de rua e abandono, e abençoe a todos os que se dedicam a essa missão, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém
Eu vim para escutar
Tua palavra, Tua palavra
Tua palavra de amor.
Eu gosto de escutar
Tua palavra, Tua palavra
Tua palavra de amor.
Eu quero entender melhor
Tua palavra, Tua palavra
Tua palavra de amor.