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Dom Imbamba: “Acima de tudo a Nação, a cidadania e o bem-estar de todos”

A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé – CEAST – espera que a actual situação sociopolítica de Angola melhore, para o bem de todos. Questões como a pobreza e o “vazio de diálogo entre governantes e governados” são sensíveis, na visão dos Bispos, sobretudo quando o país se aproxima do período de campanha eleitoral.
No discurso de abertura da recente Assembleia Plenária da CEAST, Dom Manuel Imbamba, presidente da Conferência Episcopal, caracterizou a situação de pobreza, por parte de várias famílias, como sendo “assustadora”. A perda do poder de compra, o custo alto dos produtos da cesta básica, bem como o alto nível de desemprego entre os jovens, está a levar ao “desespero e a perda de Fé no futuro”.
“Assistimos a cenários de recolha de alimentos nos contentores de lixo e de grãos nas estradas adjacentes aos portos comerciais”. Dessa forma, o Arcebispo revela parte do cenário que se vive em Angola.
Todas essas situações estão a levar a que pessoas abracem hábitos pouco saudáveis e estilos de vida que em nada ajudam a construir. “Assistimos ao crescimento da fuga na droga e alcoolismo, o aumento de roubos, recurso a adivinhos, seitas e outras práticas criminais que em nada dignificam a própria sociedade”.
Uma ajuda poderia vir do diálogo necessário entre governantes e governados, entre lideranças partidárias, bem como entre os vários actores cívicos. Neste particular, refere o Dom Manuel Imbamba haver um vazio que eleva “ainda mais os níveis de ansiedade, radicalismos, intolerância, indisciplina e violência física, verbal, moral e psicológica.”
O facto de por todo o país se notar maior presença de bandeiras de partidos políticos, em detrimento da bandeira da República, não ficou sem menção no discurso do Presidente da Conferência Episcopal. “Que os partidos não sejam mais importantes do que o País e as bandeiras partidárias que inundam as aldeias não suplantem a bandeira da República.”
E 2022 é ano de eleições. Por essa razão há necessidade de se continuar a trabalhar pela fortificação da “jovem e débil” democracia, colocando “Acima de tudo a Nação, a cidadania e o bem-estar de todos.”
“A campanha eleitoral será bem-sucedida se for baseada no respeito mútuo, e todos os partidos reconhecidos tiverem o direito e a oportunidade de expressar o seu ideário sem excessos e cegos fanatismos, que geram o clima de crispação, rixas, medo, incerteza e falta de confiança no futuro.”
Olhando para a presente situação e para o tempo de campanha eleitoral que se aproxima, o Dom Manuel Imbamba fez um pedido aos angolanos: “Sejamos construtores de pontes e não de muros de separação; façamos render as nossas inteligências, não para maquinar o mal, o ódio, a intriga, a calúnia, a exclusão, os discursos musculados e incendiários, e tantos outros horrores hostis à sã convivência, mas para aprendermos a ler os sinais dos tempos e interpretá-los à luz da sabedoria, humildade, amor, diálogo, da justiça e paz, tendo em conta a unidade e a reconciliação nacional.”
Ao fechar o seu discurso de abertura da primeira assembleia plenária do ano, Dom Manuel Imbamba, Presidente da CEAST, fez um apelo que ao mesmo tempo é um pedido: “por Angola todos nós devemos despir-nos das nossas diferenças para termos a única vestimenta que é Angola, a nossa Pátria que tanto amamos e queremos ver brilhar.”
A Assembleia Plenária da Conferência Episcopal dos Bispos de Angola e São Tomé decorreu de 1 a 7 de Fevereiro de 2022, na Diocese de Benguela. No fim do encontro os Bispos publicaram uma MENSAGEM PASTORAL SOBRE AS ELEIÇÕES DE 2022.

Sammy de Jesus

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