O período de Peregrinação é sempre uma oportunidade para ter acesso ao sacramento da reconciliação.
As dioceses mais próximas, enviaram à Muxima sacerdotes para atender os peregrinos e devotos. As filas eram enormes e cada vez mais chegava gente a procurado sacramento.
As catequeses programadas, duas por dia, ajudavam a preparar que se quisesse abeiras do de um sacerdote com a estola roxa posta.
Se por um lado foi emocionante ver as filas de pessoas a espera de serem recebidas para a confissão, não menos interessante era ver os sacerdotes pacientes, sentados nas várias cadeiras colocadas no recinte, dispensar atenção e tempo a cada um dos que se ia aproximando.
Os sacerdotes, novos ou com alguma experiência já acumulada, mantinham no rosto um sorriso que não deixava ver o cansaço de já ali estarem horas a fio sem se poderem ao menos levantar para esticar as pernas. Esse foi o cenários nos três dias que durou a peregrinação.
É o que vai acontecendo a medida em que as peregrinações ao Santuário da Muxima vão ficando cada vez mais organizadas. Isso tem vindo a acontecer ao longo dos últimos anos, levando os peregrinos já ali a assumir o compromisso de voltar no próximo ano.
Estes depois de deixar o confessionário, trazem um semblante diferente. Até parece que algo aconteceu durante o tempo em que ali estiveram. Mas quanto ao que naquele lugar aconteceu de concreto, vai ficar no desconhecido, para os demais peregrinos e para todos os outros que os hão de ver chegar à casa.
Alguns, só pelo caminhar nota-se-lhes leveza. Parece que vão a flutuar e quase nem se quer dão pela presença da multidão que tem os olhos fixos nelas.
Muito do que acontece nesses momentos, no recinto do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, na Muxima, ali fica a sete chaves guardado. Contudo, o que dali se leva dura uma vida inteira.
A Senhora da Muxima, como é carinhosamente chamada pelos devotos filhos seus, vive naquele lugar, na margem direita do rio Cuanza. A casa acolhe todos sem distinção. Qualquer hora é hora de chegar e cair nos braços dela. Nessa casa há espaço para lágrimas choradas, para desabafos feitos e para encontrar e mergulhar na riqueza e leveza do Sacramento da Reconciliação.
Sammy de Jesus