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PARÓQUIA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

Historial

Historial

A Paróquia São Francisco de Assis teve seu decreto de Criação em 07 de Março de 1971, e é assim chamada, por o primeiro Administrador de Viana se chamar “Francisco”. A iniciativa foi do Governo do Distrito de Luanda, que construiu ali uma bela igreja, dedicada a S. Francisco de Assis, inaugurada em 1969. A quando da criação, a Paróquia/Missão estendia-se por uma área de 1000 Km2.

Eis o Decreto de Erecção da referida Paróquia:

Erige a Paróquia de S. Francisco de Assis, em Viana

O território do interior de Luanda até às margens do Cuanza foi desde o século XVII evangelizado pelos Franciscanos da 3ª Ordem, que tiveram o seu convento nesta cidade e uma residência em Calumbo, onde se levantou a igreja de S. José, elevada a paroquial e servida, desde o último quartel do século passado até aos primeiros anos deste século, por sacerdotes diocesanos.

Mas as novas vias de penetração para o interior afastaram-se dos rios, as doenças tropicais dizimaram populações inteiras no passado e povoações de certa importância desapareceram ou decaíram muito da sua antiga importância, dando lugar a novas povoações que se vão formando à beira das estrades e do caminho de ferro.

A vila de VIANA, sede do concelho do mesmo nome, atingiu já um desenvolvimento comercial e industrial e conta um importante aglomerado populacional que justificam plenamente a sua elevação a paróquia.

Por iniciativa do Governo do Distrito de Luanda, construiu-se ali uma bela igreja, dedicada a S. Francisco de Assis, inaugurada em 1969. Uma Congregação Religiosa feminina está ali a construir casa para a formação do seu pessoal e uma outra espera iniciar, dentro em breve, uma obra específica de sua Congregação.

Chegaram há pouco à Arquidiocese os primeiros sacerdotes de SOCIEDADE MISSIONÁRIA PORTUGUESA (Padres de Cucujães), com a promessa de, nos próximos anos, aumentar o seu número.

É, por isso, chegado o momento de proceder à erecção canónica duma nova paróquia cujo pessoal garanta uma assistência religiosa regular à população do concelho de Viana.

Tendo ouvido o Conselho Presbiteral da Arquidiocese e, de acordo com o Revmo. Superior Geral da Sociedade Missionária Portuguesa, no uso da autoridade ordinária, hei por bem determinar o seguinte:

1º E criada canonicamente a Paróquia de S. FRANCISCO DE ASSIS, de VIANA, com sede na vila do mesmo nome, a qual é, para todos os efeitos, desmembrada da Paróquia de Cristo-Rei, de Luanda;

2º A nova paróquia tem como território próprio o do Posto-sede do concelho de Viana e o do Posto Administrativo de Calumbo, abrangendo assim, na sua área, a antiga Paróquia de S. José de Calumbo, na parte que pertence actualmente ao referido concelho de Viana;

3º A Paróquia de S. Francisco de Assis, de Viana, é confiada aos missionários da Sociedade Missionária Portuguesa, sendo a nomeação do pessoal missionário feita pelo Ordinário, de acordo com os Superiores da referida Sociedade.

4° O pároco e vigários cooperadores da nova paróquia gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres que o Direito Canónico e o Directório Pastoral lhes conferem. O pároco tem obrigação de aplicar a missa pro populo nos dias indicados no cânone 306;

5º- Este decreto entra em vigor no próximo dia 7 de Março, Segundo Domingo da Quaresma.

 

Publique-se e registe-se.

Luanda, 6 de Março de 1971.

 

+ Manuel, Arcebispo de Luanda.

A contribuição a seguir é do P. Adelino Fernandes Simões, cujo arquivo histórico intitulado “Contributo para a HISTÓRIA da PARÓQUIA/MISSÃO DE VIANA (Angola) 1971/1993” encontra-se na Cúria Diocesana de Viana:  

1º Pároco

O Padre Albano Mendes Pedro, primeiro missionário da Sociedade Missionária Portuguesa em Angola, chegou a Luanda em 21 de Setembro de 1970.

Sua missão era fundar a Procuradoria da Sociedade para atender as futuras equipas que estavam para chegar e que deveriam partir para o interior de Angola (Novo Redondo, hoje, Kwanza-Sul).

Entretanto, foi Secretário da Conferência Episcopal e D. Manuel Nunes Gabriel, Arcebispo de Luanda, em 7 de Março de 1971, entregou-lhe a Paróquia/Missão de Viana.

  1. Albano tinha sido missionário em Moçambique e consultor eclesiástico do Ministério do Ultramar, em Lisboa.

Logo se empenhou em construir um Centro Paroquial, com salão e residência. Só construiu o salão. O tempo não deu para mais…

Em agosto de 1971, chegou P. António Tavares Martins que ficou como Vigário Cooperador e professor no Seminário de Luanda.

Nestes primeiros anos, a Paróquia/Missão contava cerca de 6.000 habitantes e tinha como principais centros de acção pastoral a Sede, o Bairro da Regedoria, a Povoação de Calumbo e a Povoação do Km 30 (da estrada de Catete).

Em princípios de julho de 1974, o P. António Tavares deixava Angola e, em 20 de Dezembro do mesmo ano, chegava o P. Adelino Fernandes Simões para o substituir.

Entretanto, as lutas entre os Movimentos Políticos e contra forças estrageiras tornaram-se violentas, os portugueses começaram a abandonar Angola e os angolanos, residentes em Viana, vindos doutras partes de Angola, procuraram refúgio nas suas terras de origem…

A seguir a independência, só uns quarenta cristãos apareciam para a eucaristia dominical; as comunidades de S. José de Calumbo e do Km 30 desfizeram-se.

Foi neste tempo, 1975/1976, que o P. Adelino fez “Os Cristãos perguntam”. Também foi neste tempo que iniciou a comunidade de Nossa Senhora da Conceição do Km 9.

2º Pároco

Em princípios de 1977, D. Manuel Nunes Gabriel, pediu ao Superior Geral, P. Manuel Castro Afonso para assumirmos a Paróquia de Santa Ana, em Luanda, que encontrava sem pároco desde a independência. E assim aconteceu.

No primeiro Domingo da Quaresma, 27 de Fevereiro, o P. Adelino ficou como pároco de Viana e coadjutor de Santa Ana, e o P. Albano, como pároco de Santa Ana e coadjutor de Viana.

Residência Paroquial

A Paróquia não tinha Residência própria. No princípio, o P. Albano, quando ainda residia em Luanda e se deslocava a Viana para a Eucaristia dominical, na noite de sábado para domingo, pernoitava na sacristia da Igreja, equipada com sanita e chuveiro. Depois, alugou uma casa junto ao largo da Administração. Meses antes da Independência, o Senhor Francisco, primeiro Administrador de Viana, ofereceu a sua casa para Residência Paroquial, que ocupamos em princípios de Outubro de 1975.

Em Maio de 1977, o novo pároco é intimado pela Junta Nacional de Habitação a deixar a casa. A própria Junta se mudou para lá; mas passados poucos dias, era ocupada pelo Comissário com sua família. A Junta ofereceu ao Padre a casa donde saíra, casa pequena e muito quente (…).

 Em Outubro do mesmo ano, o pároco recebia uma carta a dizer que as Forças Armadas requisitavam todo o quarteirão onde se encontrava. P. Adelino pensou e, saturado de tantas mudanças, resolveu morar no salão paroquial… D. André Muaca ficou preocupado com a situação.

Ainda viviam em Viana uns portugueses desejosos de vender a sua casa e ir-se embora. Esta foi comprada pela Arquidiocese com a colaboração da Sociedade Missionária. Assim, em princípios de 1978, a Paróquia passou a ter residência própria, devidamente registada.

Defesa do Salão Paroquial

Tempos depois, o pároco recebe uma carta do Comissariado de Viana a reclamar a entrega do Salão Paroquial. O P. Adelino foi pessoalmente dizer que nunca entregaria as chaves do salão. Disseram-lhe, então, que o ocupariam à força. Foi imediatamente trancar as portas e escrever um documento relatando tudo: conversas  e ameaças… Entregou cópia no Comissariado e no Arcebispado. D. Muaca agradeceu muito. Remédio santo! Nunca mais reclamariam nada da Paróquia… Assim foi salvo o Salão e o terreno envolvente que, mais tarde, foi murado. Para a construção do muro, a Paróquia contou com a colaboração da Cáritas de Luanda para angariação de cimento, com a oferta de 3 milhões de kwanzas da Arquidiocese e com donativos de benfeitores de Portugal (…)

Novas comunidades

Por causa da guerra civil, muitos, de todas as partes de Angola, procuraram refúgio em Viana, espalhando-se por todo o seu território. E muitos que iam chegando organizavam-se e reuniam-se para oração… Assim surgiram novas “comunidades cristãs” nos mais variados sítios…

Além da Sede, de Calumbo e do Km 30, a Paróquia/Missão passou a contar, progressivamente, com as comunidades de Nossa Senhora da Conceição (do Km 9), São João Baptista (da Sapu), S. José Operário (do Bita), Imaculado Coração de Maria (do Km 12); Sta Isabel (do Bita), S. Paulo (do Bita Tanque), S. Francisco Xavier e Sta Teresa (junto ao rio Kwanza), Mártires do Uganda (no Guengue)…

NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO (do km 9) é a primeira. Em princípios de 1975, três casais, residentes no Km 9, apareceram em Viana a pedir o casamento católico. A Irmã Hilária, das Irmãs Mercedárias, fez a sua preparação e casaram-se. depois, dois destes casais, EDUARDO TCHINHAMA casado com Florinda Nolica, e CELESTINO CAMELA casado com Maria Natama, por iniciativa própria, deram início a esta comunidade Cristã.

Esta comunidade começou por se reunir a norte da linha do comboio, num barracão deixado por portugueses.

Obrigados a abandonar este lugar, construíram uma capela junto da casa de Eduardo Tchinhama; depois, tendo adquirido o actual terreno, construíram, uma nova capela em adobes, que logo se tornou insuficiente. Em 1983, foi construído um novo lugar de culto em estrutura metálica e chapa, com o “altar” dedicado ao P. Manuel Lima, à Carmita, à Maria Adriano e ao Joveta Paulino, mortos em Viana quando se deslocavam para as catequeses da Sapu e do Bita.

A segunda comunidade a seguir é a de SÃO JOÃO BAPTISTA da SAPU, tendo como primeiros responsáveis António N´Dala e Manuel Ganga Canjungo.

A terceira é a Comunidade de S. JOSÉ OPERÁRIO do Bita, tendo como primeiros responsáveis Matias Quessongue e Domingos Cassela. Primeiro, num lugar muito precário, depois, numa capela em blocos e ampla…

A quarta é a Comunidade do IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA do Km 12. Esta começou por se reunir à sombra do hibondeiro, perto da estrada e da linha do comboio. Em 1985, o pároco comprou uma parcela de terreno ao Sr. Lino para aí construir uma lugar de culto, mais afastado do ruido da estrada e do comboio. Este, logo se tornou pequeno e foi ampliado. (A Paróquia doou às Irmãs Salésias uma parte do terreno).

Todas estas comunidades, e outras que seguirão, são fruto da iniciativa e organização dos primeiros cristãos que, depois, pendiam a presença do pároco…

Assistência às comunidades

Com a saída do P. Albano para Santa Ana, o P. Adelino ficou só durante vários anos. Só, mas sempre com a colaboração das Irmãs Mercedárias da Caridade e dos leigos. Colaboração determinante na arrancada e crescimento da vida paroquial das diversas comunidades, nos tempos difíceis a seguir a Independência.

Logo no princípio, a Irmã Isabel Barrútia, Provincial das Irmãs Mercedárias, destacou a Irmã TERESA ANTÓNIO DA COSTA, para acompanhar o P. Adelino em todas as deslocações às comunidades. Colaboração preciosa e uma grande graça para o novo missionário na Angola Independente…

Nestes tempos, toda a acção pastoral era planeada e decidida em assembleia mensal. Tempos únicos!

Assim, para a reactivação da comunidade de Calumbo, terra com gravíssimos problemas vindos do tempo colonial, foi destacado o Senhor Lima, velho catequista, que nos domingos se deslocava a Calumbo, dia de mercado, para convocar os cristãos dispersos. Depois de ter reunido um grupo, passaram a ter a presença do pároco às sextas-feiras, sempre acompanhado da Irmã Teresa António da Costa, de D. Maria Domingos Bernardo e, ocasionalmente, outros catequistas (o Conceição, a Avozinha, filha do Senhor Lima…).

A Irmã Francisca Calix, acompanhada de postulantes Mercedárias, assumiu apoiar a comunidade do Km 9 e evangelizar no Km 30. No Km 30, depois de anos de evangelização, não conseguimos ver qualquer correspondência à dedicação e esforço aí despendidos…

As comunidades da Sapu e do Bita passaram a ser assistidas às quartas-feiras pelo pároco, por D. Sabina e D. Maria Adriano, por postulantes Mercedárias e outros catequistas.

A comunidade do Km 12, primeiro lutou sozinha; depois, a pedido do pároco, foi apoiada por Mariana Lopes (catequista) e, depois, pelas Irmãs Espiritanas.

No princípio de cada ano catequético formavam-se as equipas que se deslocavam no apoio às comunidades.

No princípio, as comunidades do km 9, da Sapu e do Bita tinham eucaristia   dominical uma vez por mês. Depois, os padres so Seminário Maior de Luanda asseguraram, por algum tempo, a eucaristia dominical no Km 9. Depois, eram os coadjutores – sucessivamente  P. Albano Mendes Pedro (que voltou a Viana),  P. Orlando Martins e P. Delfim Pires (padre associado à SMBN) – que se responsabilizavam pela Eucaristia dominical e pastoral das comunidades do Km 9, Km 12 e Sapu.

O pároco dedicava-se mais à sede da Paróquia, com eucaristia dominical às 7,00 e 9,00 horas, às comunidades do Bita, com eucaristia ao domingo e quarta-feira. Nos últimos anos (1991/93) também assistia a comunidade dos Mártires do Uganda, no Guengue, fundada e orientada pelo catequista Jacob.

“Grupos de Oração”

Como os bairros periféricos de Viana cresciam de ano para a ano, com povo vindo das mais diversas partes de Angola, para um melhor atendimento e crescimento na fé, ja que a eucaristia dominical não bastava, em Junho de 1980, começamos o movimento para a formação dos “grupos de oração”. Primeiro, na Residência Paroquial, depois, no bairro da Regedoria, na zona das fábricas, na Caop… Para a formação e acompanhamento dos grupos colaboraram, de modo intenso, o casal Bartolomeu Coleco e Sabina Tuluka e o casal Justino Cambila e Maria Adriano, nas segundas-feiras reunia-se um grupo na Residência Paroquial, presidido pelo Pároco, nas terças-feiras, este com os dois casais animavam os grupos do bairro da Regedoria e, nas quintas-feiras, os grupos na zona das fábricas e Caop. Entretanto, mais grupos se formaram no Morro de Areia, na Incutal… Foi um tempo de muito esforço, dedicação e graça…

Com o P. Orlando, também acontecerá o mesmo no Km 9 e no Km 12. 

Em novembro de 1993 a Sociedade Missionária da Boa Nova entrega a Paróquia/Missão de São Francisco de Assis aos Missionários Xaverianos de Yarumal.

No dia 25 de outubro, 30º Domingo do tempo comum, a Paróquia São Francisco de Assis, já Catedral de Viana, foi entregue  aos dois primeiros sacerdotes diocesanos de Viana, Pe. Araújo e Pe. Mivervo, que assumiram a liderança da Paróquia da Sé até então confiada aos Padres Xaverianos.

 

Párocos e Vigários

1º Pároco – Pe. Albano Mendes Pedro (1972-1977)

2º Pároco – Pe. Adelino Fernandes Simões (1977- 1993)

1º Vigário – Pe. António Tavares Martins

2º Vigário – Pe. Adelino Fernandes Simões

3º Vigário -  Pe. Albano Mendes Pedro

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