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“Sacerdotes a exemplo e medida do Bom Pastor” – pediu Dom Sumbelelo na Missa Crismal

A celebração da Missa Crismal na Diocese de Viana aconteceu às 10.00 horas de quinta-feira, na Igreja Catedral.

Precedida de uma celebração penitencial com confissões individuais aproveitada pelos presentes – sacerdotes, religiosos e fiéis leigos – a Santa Missa foi presidida por Dom Emílio Sumbelelo e concelebrada por sacerdotes a trabalhar no território da Diocese.

Durante a celebração foram benzidos os Santos Óleos para a unção dos catecúmenos e para a unção dos enfermos. Nela foi consagrado também o Santo Óleo do Crisma, do qual “vem toda a natureza da celebração: Nosso Senhor Jesus Cristo quis que através dos sinais sensíveis e pela força do Espírito Santo fazer chegar a todos a Sua Graça, Graça Santificante e a Graça de Estado”.

No Dia da Missa Crismal os sacerdotes a volta do Bispo Diocesano renovam as suas promessas sacerdotais. Olhando para todos e querendo falar a cada um, de forma singular e pessoal, Dom Emílio Sumbelelo, durante a homilia começou por dizer o seguinte:

“É com profunda gratidão e alegria que nos encontramos neste momento, neste dia que é nosso, para revivermos aquele dia em que diante de Deus pronunciamos: aqui estou”.

O Bispo da Diocese de Viana depois de ter feito referencia as fadigas próprias do ministério sacerdotal, convidou cada sacerdote a olhar para “Cristo Sumo e Eterno Sacerdote, o nosso Bom Pastor”. “O ritual da ordenação é todo ele desenhado a partir da ideia de ‘Sacerdote-Pastor’, ordenado este homem, este varão, para desempenhar o munus de pastor em Cristo e com Cristo e nunca sem Ele”, lembrou.

A partir deste ponto de reflexão foram traçados alguns pontos de reflexão, sustentados por experiência tiradas do antigo oriente, do Antigo Testamento e do Novo Testamento.

Relendo este último, realçou o facto de que “o Senhor apresenta três notas do verdadeiro Pastor”, referidos no capítulo décimo do evangelho de São João, e fez questão de as indicar: “o Bom Pastor dá a Sua vida pelas Suas ovelha”, “conheço as Minhas ovelhas e as Minhas ovelhas conhecem-me” e “o Pastor está ao serviço da unidade do Seu rebanho”.

Em relação à primeira, apontou para o facto de Jesus se doar continuamente em cada dia sobre os altares do mundo onde se celebra a Eucaristia. Por isso, “é muito importante, é questão de sobrevivência para o Sacerdote celebrar diariamente a Eucaristia” e ela “deve tornar-se uma escola de vida onde aprendemos a doar a própria vida. A vida não se entrega somente no momento da morte, nem apenas na forma de martírio”.

É preciso aprender nessa escola “a abandonar-me a mim mesmo, a pôr-me a disposição daquilo que o Senhor precisar de mim em cada momento, mesmo que outras coisas me pareçam mais urgentes e mais importantes”.

Na segunda nota de Pastor, está encerrada toda a tarefa pastoral confiada aos sacerdotes, que é conhecer os seus fiéis de forma prática e concreta – sem acepção de pessoas -, uma acção que vai muito além de saber a data de aniversário de cada um. O seu conhecer as ovelhas “deve ser um conhecer com o coração de Jesus e para Ele orientado. Um conhecer que não vincule o homem ou a mulher à mim, mas que o guie e envie para Jesus o único Salvador”.

Já na terceira – “o Pastor está ao serviço da unidade do Seu rebanho” – Dom Emílio Sumbelelo chamou a atenção para o facto de se dever estar sempre ao serviço da “unidade da sua comunidade paroquial e também como pertença daquela família maior que é o presbitério”. A isso deve ser acrescentado o ter de “sair pelas estradas e caminhos da vida para transmitir, para levar o convite de Deus ao Seu banquete, inclusive àqueles homens que até agora não ouviram falar d’Ele ou ainda não foram tocados interiormente por Ele”.

Esse serviço universal que é próprio da Igreja, e que aponta para a unidade dela mesma, exige que se vençam vários hábitos e costumes contrários ao que Cristo pediu.

Aqui o Bispo da Diocese de Viana, falando da Igreja particular a que preside, suplicou que se vença “sobretudo os resquícios do tribalismo, que infelizmente – assim sublinho – infelizmente ainda existem entre os meus amáveis sacerdotes, destorcendo e dilacerando assim o Corpo Místico composto por todos os filhos e filhas de Deus, todos marcados pelo sinal de Cristo, o único Salvador, que não faz acepção de pessoas”.

Dom Emílio Sumbelelo na parte final da sua homilia da Missa Crismal pediu aos religiosos e leigos presentes, bem como a todos os que estavam a acompanhar a transmissão através da Rádio Maria Angola: “rezai sempre pelos vossos padres. Nos vossos encontros – como grupos, como movimentos e como associações – uma ‘Avé Maria’ ou um ‘Pai Nosso’ pelos vossos padres, para que eles, segundo o coração sacerdotal de Nosso Senhor Jesus Cristo vos possam servir com santidade de vida. Rezai por eles”. A seguir acrescentou uma advertência: “não faleis mal dos vossos sacerdotes”.

Depois da homilia e tal como orienta o ritual da celebração, os sacerdotes diante do Bispo Diocesano e diante do Povo Santo de Deus, renovaram as promessas sacerdotais e fizeram o pacto de unidade.

A celebração da Missa Crismal teve ainda a entrega da renúncia quaresmal que este ano foi destinada à ajudar o Seminário Diocesano da Diocese do Kuito-Bié.


Sammy de Jesus

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